Como te podes juntar a nós?
Podes juntar-te de três formas:
1 – tricotar nos nossos eventos: para isso preenche o formulário em baixo.
(não precisas de saber tricotar para estar nos nossos eventos, podes aprender connosco. E também podes fazer crochê ou macramé)
2 – faz a tua Linha Vermelha e envia-nos uma fotografia por email. Podes também partilhá-la nas redes sociais com o hashtag: #tricotarpor1.5
3 – se queres organizar eventos “radicais do tricô”, contacta-nos e nós damos suporte. Contacta-nos para: info@linhavermelha.org
FORMULÁRIO:
Contexto:
O tempo vai passando e as emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) continuam a crescer e os planos dos governos e empresas são para continuar a aumentar. Perante este cenário, os movimentos e coletivos pela justiça climática potenciam o conflito e utilizam cada vez mais novas táticas de disrupção, muitas vezes pondo em risco a sua própria liberdade e privilégio.
Reconhecemos que existem diferentes formas de luta, todas válidas e pertinentes.
Quantos mais se consciencializarem dos efeitos nefastos e da perigosidade associada à perpetuação do sistema, mais rapidamente conseguimos travar esta máquina destrutiva. Todos podem e devem expressar a sua indignação pela ação efetiva por parte dos organismos oficiais em agravar o problema.
Como agimos?
Organizamos eventos/acções de nome “Radicais do tricô” em que tricotamos em solidariedade com ativistas da “linha da frente” dos protestos por justiça climática (a). Estes eventos/acções proporcionam e visam contribuir para que cada cidadão aceda aos factos, amplie conhecimento e se mobilize a agir em conformidade com a sua realidade e vontade.
Lançamos o convite para que cada cidadão, amplie empatias e tricote por 1.5 (em vermelho) em solidariedade com as ativistas pela justiça climática, que lutam por um planeta habitável.
Tricotamos em público em solidariedade com as activistas que lutam por justiça climática e por um planeta habitável. Tricotamos por 1.5ºC.

Porquê “radicais do tricô”?
Porque um problema só pode ser resolvido na sua raiz. E Ser radical, é ir à raiz do problema.
A crise climática só se resolve se atacarmos a raiz do problema: o sistema económico.
Por isso, somos os radicais do tricô.
Estamos solidárias e solidários com todas as activistas que estão na linha da frente a lutar por um planeta habitável e estão a atacar a raiz do problema.
Quando as leis não estão ajustadas à realidade, é necessário quebrar essas mesmas leis e é isso que milhares de activistas têm feito pelo mundo fora, muitas vezes colocando a sua vida em risco.
Acompanha nesta página todos os nossos eventos.
Alguns dos activistas com quem estamos solidários:
Climáximo – colectivo em Portugal, anti-capitalista que luta pela justiça climática.
Greve Climática Estudantil – coletivo de estudantes que luta por justiça climática e que organiza as ocupações de escolas em Portugal.
Scientist Rebellion – grupo internacional de cientistas ambientalistas que faz campanha pelo decrescimento, justiça climática e mitigação mais eficaz das mudanças climáticas. Também existem em Portugal.
Parar o Gás – plataforma de ação inserida na campanha Gás é Andar Para Trás que pretende desmistificar que o gás fóssil é uma energia limpa.
Just Stop Oil – é uma coaligação de grupos que trabalham juntos para garantir que o governo do Reino Unido se comprometa a não conceder licenciamento para a produção de novos combustíveis fósseis.
Letztegeneration – é um grupo de ativistas que lutam contra as mudanças climáticas. Seus métodos de desobediência civil, como profanar obras de arte ou bloquear estradas, tendem a gerar indignação pública. Em 2022, o grupo realizou 276 bloqueios de estradas na Alemanha. Fazem parte da rede A22.
Ende Gelände – Luta contra as minas de carvão linhite, na Alemanha e mais recentemente contra o gás fóssil. Vídeo de uma ação: https://www.youtube.com/watch?v=2pD_5KLmW3I
Stay Grounded – é uma rede global de mais de 160 organizações que promovem alternativas à aviação para enfrentar as mudanças climáticas e lutam pelo decrescimento da aviação.
Fossil Free London – existe para tornar a cidade de Londres, inóspita para a indústria de combustíveis fósseis e os bancos que a financiam. Usam ação direta, acrobacias criativas, disrupção e protesto para manchar a imagem da indústria e atacar sua licença social.
Coode Rood – Luta contra gás fóssil em Groningem e contra terminais de importação de carvão em Roterdão e Amesterdão
ZAD (Zone Autonome Defensive) – Luta contra a construção de um aeroporto perto de Nantes. Vídeo sobre a ZAD: https://www.youtube.com/watch?v=Quehf2OMUbo
Extinction Rebellion é um movimento descentralizado que nasceu no Reino Unido que pretende utilizar a acção não-violenta, a disrupção e as detenções em massa para evitar o colapso climático. Fazem várias semanas/momentos de mobilização onde centenas ou milhares de pessoas são detidas por fazerem acções desobediência civil.
Climate Justice Action: Rede europeia de movimentos de base
Shell Must Fall – Campanha contra a Shell, que faz acções directas e também participam nas assembleias gerais de accionistas para os confrontar com os seus crimes.
System Change Not Climate Change – Coletivo da Áustria que neste momento estão focados no bloqueio da expansão aeroportuária. Realizam também acampamentos pela justiça climática.
Reclaim the power – Realização acções directas pela justiça climática no Reino Unido.
Limity jsme my – “Os limites somos nós” – Estão envolvidos na luta contra o carvão na República Checa. Realização acções directas e acções de desobediência civil.
Ecologistas en Accion – confederação de mais de 300 grupos ecologistas no Estado Espanhol. Realizam acções directas, campanhas, relatórios e imensas actividades.
Climacció – colectivo de acção não-violenta e ecofeminista de Barcelona que luta contra o gasoduto MidCat contra a aviação e o turismo em massa.
Corporate Europe Observatory – organização não governamental focada nos lobbies a decisões de políticas europeias à porta fechada. Abordam e investigam temas como as portas giratórias, fazem campanhas contra os tratados de comércio livre. Organizam formações e realizam “toxic tours”, que é um passeio onde se visitam as sedes das empresas fósseis e dos bancos que as financiam. Vídeo de uma “toxic tour”: https://www.democracynow.org/2019/12/9/toxic_tour_of_spains_dirtiest_corporate
Counter Balance: coligação europeia de ONGs. Fazem campanhas de denúncia, de informação e de lobbying. Dinamizam a campanha Fossil Free EIB – BEI (Banco Europeu de Investimento Livre de combustíveis fósseis.
Food and Water Europe – é o representante europeu da ONG Food and Water Watch. Lutam contra o fracking e contra a privatização da água. Organizam dias de acção global, conferências e formações.
Gastivists – Rede de activistas contra novas infraestruturas de gás que apoia movimentos de base e que facilita a interação entre ONGS e movimentos de base.
JA (Justiça Ambiental) – Moçambique tem as nonas maiores reservas de gás do mundo. A JA foca-se na questão do gás, nas florestas, nas barragens e no acesso das pessoas à água potável. Os projectos de exploração de gás fóssil têm participação de várias empresas portuguesas: Galp, Mota Engil, Millenium BCP, Gabriel Couto e Norvia.
STOP EACOP – luta contra um mega-óleoduto na África para extrair 6 mil milhões de toneladas de petróleo bruto de 1500 km (igual à distância entre Lisboa e Marselha) entre Uganda e Tanzânia.
Fracking no Delta do Okavango, podes saber mais aqui.
E muitas outras lutas de comunidades indígenas e activistas pela justiça climática espalhados pelo mundo.
a) – Definição de justiça climática (retirado do Acordo de Glasgow entre movimentos sociais):
Exigência social e política que defende a redistribuição de poder, de conhecimento e de bem-estar. Propõe uma nova noção de prosperidade dentro dos limites naturais e distribuição justa de recursos, defendendo uma verdadeira ligação entre os sistemas de conhecimento tradicionais e ocidentalizados. A justiça climática exige uma ciência pública e participativa que responde às necessidades da humanidade e da Terra, em particular, para travar a crise climática. Assim sendo:
- Reconhece a interdependência de todas as espécies, afirma a necessidade de reduzir com o objetivo de eliminar, a produção de gases com efeito de estufa e poluentes locais associados;
- Reconhece e integra a economia dos cuidados na vida quotidiana, defendendo a responsabilidade compartilhada das pessoas, independentemente da sua identidade de género, para com o cuidado e as atividades de manutenção, não só dentro de casa, mas também na sociedade – a justiça climática coloca a vida no centro;
- Apoia as mudanças estruturais na sociedade necessárias para reparar séculos de racismo estrutural, colonialismo e imperialismo – a justiça climática é justiça racial;
- Compreende a economia como sendo um subsistema do ambiente, e não o contrário, defendendo o planeamento democrático2 baseado nas necessidades reais, substituindo a opressão, a imposição e a apropriação pela cooperação, solidariedade e ajuda mútua;
- Defende uma transição justa para quem trabalha atualmente nos setores que precisam ser desmantelados, reconfigurados ou reduzidos, providenciando a sua subsistência nas diferentes economias e sociedades, introduzindo a democracia energética3 e a suficiência energética4. Esta transição deve ser baseada na equidade e na justiça, reparando os danos do passado e garantindo a subsistência dos/as trabalhadores/as e das comunidades no futuro, com a necessária transição de uma economia extractivista para uma sociedade climaticamente segura, construindo poder económico e político para criar uma economia regenerativa;
- Significa recuperar o conhecimento das comunidades indígenas, promovendo os efeitos benéficos da atividade humana pragmática sobre os ciclos de vida e os ecossistemas;
- Defende a introdução de reparações para comunidades e povos na linha de frente do colonialismo, da globalização e da exploração, reconhecendo que existe uma dívida histórica e ecológica que deve ser paga ao Sul Global, e que as origens de tais dívidas devem ser travadas;
- Reconhece que os efeitos do colapso climático se fazem sentir aqui e agora. As comunidades mais pobres do mundo estão a perder as suas casas e meios de subsistência, a sofrer danos nas suas terras e na sua cultura, e precisam urgentemente de financiamento. A solidariedade e a pressão globais são necessárias para denunciar as empresas e os governos responsáveis pelas perdas e danos nestas comunidades, e para dar voz às pessoas e áreas mais afetadas;
- Defende a proteção, liberdade de movimento e os direitos sociais, políticos e cívicos de todas as pessoas migrantes;
- Defende a soberania alimentar como direito dos povos de definir a sua política agrícola e alimentar, sem qualquer “dumping” em relação a países terceiros;
- Opõe-se ao crescimento económico exponencial e ilimitado – refletido atualmente na soberania do capital -, entendendo o capitalismo como incompatível com os princípios do sistema de vida;
- Recusa o capitalismo verde e “soluções” por ele propostas (sejam elas geoengenharia “baseada na natureza”, trocas de carbono, mercados de carbono ou outras) e o extrativismo
Vê todos os eventos que realizámos desde 2016, nesta página.